sexta-feira, 30 de maio de 2014

Copa acelera ritmo de lançamentos imobiliários

Valor Econômico, Chiara Quintão, 29/mai

O ritmo dos lançamentos das incorporadoras de capital aberto tende a ganhar força até o último fim de semana antes do início da Copa do Mundo. Levantamento da área de inteligência de mercado da imobiliária Lopes aponta que as incorporadoras de capital aberto têm R$ 670 milhões em lançamentos programados para serem feitos na Região Metropolitana de São Paulo entre 30 de maio e 11 de junho. "Desse total, cerca de 60% será lançado até 7 de junho", afirma a diretora-geral de atendimento da Lopes, Mirella Parpinelle.

 

Para efeito de comparação, dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) compilados pela Lopes indicam que, em abril, as incorporadoras listadas em bolsa lançaram R$ 862 milhões na Região Metropolitana de São Paulo, incluindo os segmentos residencial vertical, comercial e hotel, e em maio (até o dia 25), R$ 462 milhões. Considerando o mesmo recorte, o Valor Geral de Vendas (VGV) de lançamentos do primeiro trimestre somou R$ 1,2 bilhão.

 

O movimento começou a ganhar força na semana passada, com o início do lançamento da segunda fase do Jardim das Perdizes. O VGV total dos projetos do Jardim das Perdizes lançados na última semana soma R$ 376 milhões. O empreendimento pertence à Windsor Investimentos Imobiliários, na qual a Tecnisa tem participação de 68,9%, a PDG Realty, 25% e a BV Empreendimentos e Participações (BVEP), 6,1%.

 

A Rodobens Negócios Imobiliários decidiu, desde o ano passado, que não faria nenhum lançamento no período da Copa. "Não podemos concorrer com o maior evento de mídia do mundo", diz o diretor-presidente da Rodobens, Marcelo Borges. Na semana que vem, a empresa vai lançar empreendimento residencial em São José do Rio Preto (SP), com VGV de R$ 110 milhões e parte própria de R$ 70 milhões.

 

A PDG tem um lançamento previsto para este fim de semana em São Paulo. "Não vamos lançar no fim de semana de abertura da Copa, quando todo mundo estará focado no evento", diz o diretor de operações da companhia, Antonio Guedes. A PDG tem previsão de lançar dois projetos em meados de junho: um de incorporação no Rio de Janeiro e um loteamento em Atibaia (SP). Em relação aos estoques, a empresa reforçou a campanha junto a corretores desde 15 de abril. O patamar de descontos para unidades concluídas foi mantido.

 

Outro lançamento previsto é o Artwork, projeto da Brookfield Incorporações com a Sabgroup. No mercado, os comentários são de que o projeto será apresentado na próxima semana. A Brookfield informou que o lançamento será durante a Copa, e a Sabgroup, que ocorrerá em junho.

 

"No período pré-Copa, haverá muitos lançamentos e ações promocionais para compensar o mercado menos aquecido no período dos jogos", afirma o diretor da imobiliária focada em imóveis novos com descontos Realton, Rogerio Santos.

 

A ACS Incorporadora, por exemplo, fará megafeirão em Campinas (SP) no próximo dia 8, com descontos de até 40% em unidades de São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Barueri, Hortolândia, Paulínia e Sumaré. Até o fim da Copa, a Sabgroup concederá descontos em seus produtos no litoral de São Paulo e na capital paulista.

 

No último fim de semana, a Cyrela Brazil Realty lançou o Mïstï Morumbi, com VGV de R$ 200 milhões, seu primeiro projeto do ano na capital paulista. A maior incorporadora de capital aberto do país não tem mais lançamentos previstos até o fim da Copa, de acordo com sua assessoria de imprensa.

 

Até 12 de julho, estará em curso, na cidade de São Paulo, campanha da Cyrela estrelada pela atriz Fernanda Lima desde 21 de março, para incentivar corretores a comercializar unidades prontas ou em construção, com benefícios como viagens e prêmios. A Cyrela já deixou claro que, devido às entregas previstas para o ano, não espera redução do estoque pronto em 2014 e que o volume pode até crescer.

 

A Gafisa fará um lançamento antes do início da Copa. Do fim de abril até o último sábado, a incorporadora fez promoção em que os compradores de seus imóveis com cartão Visa concorriam a ingressos com tudo pago para assistir a jogos da Copa. A iniciativa abrangeu lançamentos, imóveis em construção e prontos, no Estado de São Paulo.

 

Segundo Carlos Valladão, sócio-diretor da Eugenio Publicidade, agência focada em marketing imobiliário, "boa parte dos clientes correu para lançar produtos em abril e maio", movimento que continuará na primeira semana de junho. No momento, as incorporadoras também estão preparando lançamentos que serão feitos a partir de agosto, conforme Valladão.

 

Mas há incorporadoras que pretendem lançar normalmente durante a Copa, caso da MRV Engenharia. "Os clientes vão aos plantões no fim de semana. Vamos manter o ritmo normal", diz o co-presidente da incorporadora, Rafael Menin Teixeira de Souza. Durante o mês de maio, as vendas de incorporadoras como MRV, PDG e Rodobens foram impulsionadas também pelos feirões da Caixa Econômica Federal.

 

Há expectativa, no mercado, que a Even Construtora e Incorporadora mantenha lançamentos no período dos jogos. A EZTec vai lançar um empreendimento na cidade de São Paulo neste fim de semana. "Muito provavelmente, durante a Copa, também vamos lançar produtos", afirma o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Emilio Fugazza. De acordo com o executivo, nos primeiros 40 dias do segundo trimestre, a velocidade de vendas do estoque da EZTec foi superior à do primeiro trimestre.

 

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Vaga no escritório

Folha de São Paulo, Mercado Aberto, 29/mai

Mesmo com a elevação na taxa de disponibilidade, São Paulo e Rio de Janeiro são as cidades mais caras para a locação de escritórios de alto padrão na América Latina, segundo estudo da Colliers.

 

O levantamento, com dados do início deste ano, avaliou 15 locais. Em São Paulo, o metro quadrado chegou a US$ 85 e no Rio, a US$ 124.

 

A ociosidade do segmento na capital paulista fechou 2013 em 19%(era de 12,2% em 2012). No Rio, a disponibilidade passou de 8,5% para 20% em igual período.

 

"A vacância está alta e vai piorar porque há um volume importante de áreas novas entrando neste ano e, em 2015, será ainda maior", diz Ricardo Betancourt, presidente da empresa no Brasil.

 

"A tendência é que essa alta gere uma pressão para que os preços caiam", afirma.

 

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Depois do tombo no ano passado, imobiliários mostram recuperação

28/05/2014 às 05h00

 

Por Márcia Pinheiro | Para o Valor, de São Paulo

Rodrigo Machado, da XP: mudança no cenário em 2013 assustou investidor

 

Depois da euforia iniciada em maio de 2011 e finda em janeiro de 2013, a indústria de fundos imobiliários amargou maus momentos. Naquele período, o número de cotistas saltou de 15 mil para 105 mil, majoritariamente pessoas físicas, um aumento muito rápido, trazendo ao mercado neófitos que não souberam lidar com um período mais adverso. Hoje, há cerca de 94 mil investidores.

Segundo Rodrigo Machado, da XP Investimentos, as condições macroeconômicas mudaram e foram menos favoráveis a partir do início do ano passado. Houve a retomada do aperto monetário por parte do Banco Central, o aumento da inflação e um nível mais baixo do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o que assustou os investidores.

Levantamento da XP mostra que a rentabilidade dos fundos deixou muito a desejar em 2013. Somente um, o Grand Plaza Shopping, com valorização de 13,04% em doze meses terminados em 30 de abril passado, ultrapassou o IPCA no período (6,28%). A ele se seguiram Rio Bravo Crédito Imobiliário (+5,14%), Fator Verita (+4,17%), Polo Recebíveis Imobiliários (+1,12%) e BB Renda de Papéis Imobiliários (+0,11%). As maiores quedas foram de BB Progressivo (-41,02%), BB Votorantim JHSF Cidade Jardim Continental Tower (-39,37%), CEO Cyrela Commercial Properties (-37,57%), Presidente Vargas (-35,22%) e Vila Olímpia Corporate (-33,73%).

Os dados utilizados levam em consideração o valor de mercado. Portanto, não foram ajustados pelos rendimentos, somente pela amortização. Além disso, foram desconsiderados os fundos que tiveram presença em pregão inferior a 60% no período analisado (é um dos critérios utilizados no IFIX, índice da Bovespa que mede a rentabilidade dessas aplicações).

José Diniz, da Rio Bravo Investimentos, tem avaliação semelhante à de Machado. "Há uma altíssima taxa de correlação negativa entre a taxa de juros e o desempenho dos fundos imobiliários, que chega a 95%", afirma. Segundo ele, como o processo de alta da Selic deve ter chegado ao fim, a média da cotação destes fundos apresenta queda de apenas 1% no acumulado deste ano, ante perda de 12,6% em fevereiro.

O especialista lembra ainda que a vacância nos imóveis comerciais em grandes centros urbanos, ao redor de 16%, também contribuiu para um cenário negativo. Outro fator de potencial estresse é que alguns fundos de renda garantida aproximam-se do prazo final para esta remuneração fixa. E ainda estão sem locatários, o que implica não haver receita no futuro. Por fim, há ainda o medo dos investidores de uma alta significativa da taxa Selic após as eleições presidenciais.

Sérgio Belleza, agente autônomo de investimentos, diz que a reação negativa dos investidores foi exacerbada. "Este mercado é diferente. Não é para comprar e sair vendendo, porque ele tem um lastro muito real", diz. Um bom sinal, afirma, é que os cotistas passaram a frequentar mais as assembleias e conhecer melhor as estratégias dos fundos. "Houve alguns equívocos, com lançamentos muita acima do preço de mercado, o que provou ser um péssimo investimento. Mas não é a regra geral".

Na visão de André Freitas, do Credit Suisse Hedging Griffo, em 2013, o mercado apenas compensou a alta significativa do ano anterior, quando o IFIX cravou valorização em torno de 35%. "Quando o juro sobe 1%, o IFIX recua 6%. A relação é muito forte", diz. Ele pontua que, além das condições macroeconômicas, é preciso observar que o mercado imobiliário está "mais parado".

Dentre as opções disponíveis no mercado, ele aconselha o setor de shoppings. A rentabilidade caiu dos picos de 11% a 13%, para um nível ainda confortável entre 7% e 9%. Apesar disso, é necessária uma escolha cautelosa, pois alguns municípios ficaram super-ofertados de centros de compras, como Vila Velha, Fortaleza e Limeira.

Já o segmento corporativo é menos promissor, em função do enorme número de lançamentos. Os galpões são atraentes porque seu ciclo de construção é bem menor do que o de prédio de escritórios e rapidamente as construtores podem corrigir distorções do mercado, em caso de queda de preços.

Na região onde mais atua, o Rio de Janeiro, Flávio Ramos, sócio da DXA Investimentos, observa que o mercado corporativo ficou saturado, sobretudo na Barra. "A mobilidade não acompanhou a oferta". Por isso, afirma, muitas empresas voltaram para o centro da cidade, como a região portuária agora em processo de revitalização. "A tendência é o 'retrofit'. A desvantagem é que a grande maioria dos prédios antigos não tem garagem". Ramos acredita que os fundos imobiliários tendem a crescer, por serem alternativas vantajosas em relação a imóveis, que têm baixa liquidez. Agora, os investidores tendem a ser mais cuidadosos na escolha dos gestores e ter ciência de que toda a aplicação embute riscos.

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Recuperação de preços de cotas mitiga rentabilidade negativa dos fundos imobiliários

* Publicado originalmente no Portal TLON

A média da rentabilidade efetiva¹ acumulada em 2014, até o final de abril, dos 76 Fundos de Investimento Imobiliário (FII) cujas cotas foram negociadas no âmbito da BM&FBovespa atingiu 2,8 percentuais negativos. Apesar deste indicador ainda se encontrar no vermelho, houve uma evolução frente aos resultados alcançados ao final do primeiro trimestre do ano, de 4,7% negativos, e ao final do primeiro bimestre, de 8,1% negativos. Esse movimento de recuperação, fundamentado na variação média positiva dos preços das cotas nos últimos dois meses, reflete, em grande parte, a reação do mercado secundário em função da diminuição na inclinação da curva de juros da economia no período.

Entre os meses de março e abril de 2014, o número de fundos com rentabilidade efetiva acumulada positiva aumentou de 19 para 28. Dos dez FII cujas cotas registraram maior rentabilidade efetiva acumulada até abril, seis investem preponderantemente em ativos financeiros, tais como Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), cotas de outros fundos, etc. Entre esses seis fundos encontra-se o WM RB Capital (WMRB11B), que obteve 32,8% de rentabilidade efetiva no primeiro quadrimestre de 2014. Este fundo realizou amortizações de cotas nos meses de março e abril desse ano, mas a variação percentual do seu valor contábil ocorrida em função destas amortizações é maior que a variação de seu valor de mercado no mesmo período. Além disto, vale destacar que este título apresenta menor liquidez relativa no mercado secundário. A Tabela 1traz o grupo das dez cotas com maior rentabilidade efetiva acumulada no ano até abril, exibidas em ordem decrescente pelo critério deste indicador.

A maior valorização de março e abril ficou cm o WM RB Capital, alta de 32,8% (Getty Images)

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Tabela 1 – FII com os dez maiores valores de rentabilidade efetiva acumulada no primeiro quadrimestre de 2014

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Nos últimos doze meses até abril último, os 77 fundos cujos títulos que foram transacionados tanto no primeiro quanto no último mês desse período apresentaram rentabilidade efetiva média negativa de 9,6%, uma ascensão frente aos 13,9% negativos referentes ao ano corrido encerrado no final de março desse ano. Conforme explicado no último artigo dessa série, a origem desses valores negativos de rentabilidade efetiva se explica, em grande parte, pela reação do mercado secundário às sucessivas elevações da meta da taxa básica de juros na economia, processo iniciado em abril de 2013 e que ainda não se encerrou.  

Nesse universo de FII, treze fundos alcançaram rentabilidade efetiva positiva, sendo que sete desses obtiveram um valor do indicador superior a 10,0%. Destaque para o FII RB Capital Desenvolvimento Residencial II (RBDS11) que obteve 61,9% de rentabilidade efetiva anual. Esse fundo foca seus investimentos no desenvolvimento de empreendimentos imobiliários residenciais. O preço de sua cota apresentou variação positiva no período de 28,4%. Cabe ressaltar que também se trata de um fundo cujas cotas apresentam baixa liquidez relativa no mercado secundário. A Tabela 2 apresenta as sete cotas com rentabilidade efetiva positiva superior a 10,0% nos últimos doze meses.

Tabela 2 – FII com os sete maiores valores de rentabilidade efetiva entre abril de 2013 e abril de 2014

A Tabela 3 abaixo apresenta as seis cotas que alcançaram as rentabilidades efetivas mais baixas nos últimos doze meses até abril, todas elas inferiores a 30,0% negativos. Destaque para os três fundos cujos títulos alcançaram valor do indicador inferior a 35,0% negativos: os FII Europar (EURO11), BB Progressivo (BBFI11B) e BB Votorantim JHSF Cidade Jardim Continental Tower (BBVJ11). O EURO11 reduziu o seu nível de distribuição de rendimentos em 61,5%, de R$ 1,30 para R$ 0,50 por título, refletindo a inadimplência de uma parcela de locatários de seusimóveis e a vacância de alguns galpões de sua propriedade. Já em relação ao BBFI11B, conforme destacado no artigo “Preços de cotas de FII registram novo aumento em abril”, de 06/05/2014, o preço da cota do fundo sofreu forte desvalorização após o anúncio de não renovação do contrato do locação do Banco do Brasil, locatário de dois dos imóveis do fundo, a vencer em dezembro deste ano. Por fim, o BBVJ11 chegou ao fim do período de vigência de seu mecanismo de Renda Mínima Garantida em fevereiro de 2014 sem que tenha gerado um nível de receita própria de aluguel de seu imóvel comparável.

Tabela 3 – Seis cotas de FII com rentabilidades efetivas mais baixas nos últimos 12 meses

¹A rentabilidade efetiva, ou rentabilidade total, resulta dos componentes de rentabilidade oriundos na distribuição de rendimentos e na variação de preço das cotas no primeiro quadrimestre de 2014.

 

Accor adquire 97 hotéis na Europa por 900 milhões de euros

Accor adquire 97 hotéis na Europa por 900 milhões de euros

Accor adquire 97 hotéis na Europa por 900 milhões de euros

27 Maio 2014, 10:48 por Jornal de Negócios

O grupo hoteleiro vai adquirir 97 hotéis em Itália, Holanda e Suíça a dois fundos de investimento imobiliário. A Accor explora estes espaços desde 2007.

O grupo Accor anunciou a compra de 97 hotéis em Itália, Holanda e Suíça por 900 milhões de euros. O comunicado da empresa de hotelaria foi publicado esta terça-feira, 27 de Maio.

A transacção divide-se em duas partes e será feita pela subsidiária HotelInvest. A aquisição de 67 hotéis na Alemanha e 19 espaços na Holanda por 722 milhões de euros ao fundo de investimentos Moor Park Capital Partners. Os locais são explorados pela Accor desde 2007 e representam 11.286 quartos.

A empresa também anunciou que está em "negociações exclusivas" com a Axa Real Estate para a compra de 11 hotéis na Suíça, utilizados pela líder no sector desde 2008. O processo deverá custar 178 milhões de euros e engloba, ao todo, 1.592 quartos.

O "chairman" da Acoor, Sébastien Bazin, considera que a aposta da HotelInvest "está totalmente alinhada com o nosso critério selectivo de aquisição de activos: localização nas principais cidades da Europa e excelentes performances operacionais nos nossos segmentos de mercado mais rentáveis", indica no documento.

A Accor refere que a conclusão do processo está "dependente da aprovação do regulador do mercado", um processo habitual neste tipo de operações.

Os títulos da Accor estão a valorizar 1,57% para 38,11 euros. 

terça-feira, 27 de maio de 2014

CVM coloca em audiência pública minuta de instrução que altera o prazo de distribuição das ofertas públicas de CEPAC e dispensa a publicação em jornal das demonstrações financeiras do FGP


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) coloca em audiência pública hoje, 26/05/2014, duas minutas de instruções.

A primeira propõe a alteração da Instrução CVM nº 401/03, que dispõe sobre os registros de negociação e de distribuição pública de Certificados de Potencial Adicional de Construção (CEPAC).O objetivo é estabelecer, nas ofertas públicas de CEPAC, um prazo de distribuição mais adequado ao tempo de amadurecimento necessário para os empreendimentos imobiliários que se pretende financiar com este instrumento.

Com isto, o prazo de distribuição dos CEPAC passará de 6 meses para 2 anos, contados da data de divulgação do anúncio de início da oferta. Este período dilatado está em linha com as decisões do Colegiado ao analisar pedidos de prorrogação do prazo de distribuição feitos à CVM.

A segunda minuta altera a Instrução CVM nº 426/05, que trata da administração de carteira de valores mobiliários do Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas (FGP). A proposta tem como principais fins:

(i) reduzir o custo de manutenção do FGP; e

(ii) alinhar sua regulação com a dos demais fundos de investimento, para os quais a divulgação das demonstrações financeiras ocorre apenas por meios eletrônicos.

Para tanto, as informações periódicas do FGP serão divulgadas na página do administrador na internet e não mais em jornal de grande circulação. Na mesma linha, ato ou fato relevante relativo à carteira do FGP também deverá ser divulgado na página do administrador do fundo na internet.

As sugestões e os comentários com relação à minuta alteradora da Instrução CVM nº 401/03 devem ser encaminhados à Superintendência de Desenvolvimento de Mercado (SDM), preferencialmente pelo endereço eletrônico audpublica0514@cvm.gov.br.

Já com relação à minuta alteradora da Instrução CVM nº 426/05, o envio deve ser, preferivelmente, pelo endereço eletrônicoaudpublica0614@cvm.gov.br.

O prazo para recebimento das sugestões e comentários para as minutas é dia 25 de junho de 2014.

Clique aqui para ter acesso ao edital de audiência pública com a minuta de instrução alteradora da Instrução CVM nº 401/03 e, aqui, para ter acesso ao edital de audiência pública com a minuta de instrução alteradora da Instrução CVM 426/05.


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CMN cria estímulo a letra financeira

CMN cria estímulo a letra financeira

O Conselho Monetário Nacional (CMN) criou ontem um incentivo para o desenvolvimento de um mercado secundário de letra financeira (LFs), espécie de debênture emitidas por bancos. Hoje esse é um segmento com poucas transações.

Pelas novas normas, os bancos poderão recomprar até 3% do saldo total das letras subordinadas emitidas com as mesmas características. Esse limite sobe para 5% quando esses papéis não apresentarem cláusula de subordinação.

Antes o BC exigia que os papéis subordinados só fossem recomprados pelos bancos emissores depois de um prazo de cinco anos. "Isso é importante para fomentar o mercado secundário", disse o chefe do departamento de regulação prudencial e cambial do Banco Central, Caio Ferreira.

Os limites impostos pelo regulador tinham como objetivo impedir que os bancos usassem as letras como instrumentos de captação de prazo mais curto. Esses títulos foram criados como a finalidade de alongar os passivos.

Ao permitir a recompra, o CMN está liberando os bancos a atuarem como uma espécie de formador de mercado para seus papéis, o que pode estimular as negociações no mercado secundário que é praticamente inexistente.

A letra financeira já é atualmente o segundo título de captação mais importante para os bancos, só perde para os Certificados de Depósito Bancário (CDBs). Em abril, as letras somavam um estoque de R$ 315 bilhões. Os negócios entre investidores com esses papéis, porém, somaram apenas R$ 4,7 bilhões no mês passado.

A mesma resolução trouxe a regulamentação de disposições contidas na Lei 12.838 de 9 de julho de 2013. As mudanças estão no escopo da adoção das regras de Basileia 3, que exigem que a LF subordinada, aquela elegível a compor o capital de Nível 1 ou 2, têm de apresentar as seguintes características: possibilidade de suspensão de pagamento da remuneração. Extinção permanente do direito de crédito ou possibilidade de conversão em ações e vencimento condicionado à dissolução do emitente, ou seja, o papel é perpétuo.

O CMN também facultou às instituições a possibilidade de emissão de LF elegível a capital prevendo a correção pela variação cambial. De acordo com nota técnica do BC, entendeu-se que essa possibilidade pode facilitar a colocação desses papéis entre os investidores estrangeiros, pois há redução do risco cambial. O BC ressalta, no entanto, que permanece proibida a emissão de LF com cláusula de variação cambial, com exceção daquelas destinadas a compor o patrimônio de referência. Segundo Ferreira, de um estoque total de R$ 315 bilhões de LFs que existe hoje, cerca de R$ 75 bilhões são utilizados na composição do capital.

Em outro voto, o CMN ampliou o Sistema de Pagamento em Moeda Local (SML) existente com a Argentina. Antes restrito ao pagamento de importações, exportações e serviços relacionados, o sistema poderá ser utilizado para envio e recebimento de aposentadorias e pensões. Com isso elimina-se a necessidade de operações de câmbio para o pagamento de benefícios. O INSS entrega reais a um banco aqui no Brasil e o beneficiário recebe em pesos, por exemplo. O inverso também é válido.



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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Investimentos em hotéis vão chegar a R$ 12,2 bi até 2016

Valor Econômico, Onildo Cantalice, 23/mai

O "campeonato" das redes de hotéis no Brasil vai além da Copa do Mundo. De 2013 a 2016, estão previstos investimentos de R$ 12,2 bilhões. Serão 422 hotéis inaugurados, cerca de 70 mil novas unidades habitacionais (UH's) e mais de 33 mil empregos diretos, segundo informações da consultoria BSH International.

 

Uma tendência que se consolida é a da interiorização, como comprova o "Valor Análise Setorial Indústria Hoteleira", lançado esta semana. As cidades secundárias e terciárias contam com menos opções de hospedagem e seu desenvolvimento é fator-chave para impulsionar o turismo corporativo. Além disso, o interior representa uma oportunidade diante da baixa oferta de terrenos nos grandes centros, e como consequência, de seus preços altos.

 

Um dos principais objetivos da rede Accor, que lidera o setor no Brasil, é justamente expandir a família de hotéis econômicos Ibis para o interior em 2014. O mercado brasileiro é prioritário nos planos da companhia - é o seu quarto maior mercado mundial em receita. No ano passado, 43 dos 56 contratos para novos hotéis na América Latina foram assinados no Brasil. No total, os empreendimentos representam investimentos de R$ 2 bilhões, considerando também os parceiros do grupo.

 

"A hotelaria brasileira cresceu muito mais para dar suporte ao avanço da economia, com destaque para os mercados secundários", apontou Chieko Aoki, presidente da rede Blue Tree. Ela ressaltou que "esse processo foi impulsionado pelo desenvolvimento socioeconômico de outros Estados [fora de São Paulo], amparado principalmente pelo crescimento do agronegócio". Sua rede tem acordos assinados que preveem a inauguração de 14 empreendimentos nos próximos três anos. O plano é acrescentar, até 2017, mais 32 hotéis à sua base atual (23 unidades).

 

"O mercado está aquecido e há muito espaço para expansão", afirmou Guilherme Paulus, fundador da CVC e atual presidente da GJP Hotels & Resorts. Ele estima que o país tenha um potencial de 75 milhões a 100 milhões de viajantes efetivos. O empresário avalia que a Copa do Mundo elevará a procura, já que "as 12 cidades-sede poderão mostrar seus atrativos a bilhões de pessoas". Com o montante de R$ 1 bilhão, Paulus planeja para a rede GJP um salto das atuais 14 para 48 unidades até 2018, com presença em 22 cidades. Sua rede registrou taxa de crescimento composto (CAGR) superior a 30% nos últimos quatro anos, prevendo faturar R$ 180 milhões em 2014.

 

Já a Allia Hotels - união da mineira Bristol com a paulista Plaza Inn - planeja dobrar sua base dos atuais 31 hotéis para mais de 60 até 2017. Para isso, investiu nos últimos três anos o total de R$ 610 milhões em novos empreendimentos e em melhorias dos existentes. Para 2014, prevê mais R$ 250 milhões. Faz parte da estratégia "inaugurar hotéis em municípios em pleno desenvolvimento, muitos no interior", afirmou Marcello Medeiros, diretor de desenvolvimento. "Também dar início ao processo de franquia."

 

Para o IHG InterContinental Hotels Group, franquia também é importante. "Esperamos crescer no Brasil, principalmente com as marcas Holiday Inn e Holiday Inn Express, nos modelos de administração e de franquia", afirmou Ricardo Manarini, vice-presidente regional de desenvolvimento para o Brasil. A meta é ter, em dez anos, 50 empreendimentos sob sua gestão.

 

A Atlantica Hotels planeja dobrar de tamanho até o fim de 2017, atingindo um total de 160 empreendimentos, que vão atender 15 novas cidades e totalizar 56 destinos. Para tanto, estima mobilizar R$ 3 bilhões, o que elevará o total de ativos administrados para R$ 7 bilhões.

 

A BHG - Brazil Hospitality Group - desembolsou em 2013 R$ 55 milhões, depois de aplicar R$ 60 milhões em 2012, dos quais 35% em hotéis próprios e 65% no desenvolvimento de empreendimentos e na compra do Grupo Solare. Em 2014, pretende investir R$ 52 milhões. Tem cerca de 50 hotéis, em mais de 20 cidades.

 

Também a Rede Deville de Hotéis vem ampliando e se modernizando. Para 2014, prevê aplicar R$ 30,1 milhões. Para Jayme Canet Neto, presidente da empresa, o maior desafio é "a retenção e a qualificação da mão de obra".

 

A Hotelaria Brasil pretende reunir mais parceiros do segmento imobiliário e também investir R$ 115,9 milhões na construção de novas unidades em 2014. Além disso, consolidar e expandir a marca Matiz, ampliar a rede Best Western no Brasil e desenvolver sua bandeira supereconômica Unna.

 

Já o Grupo Rio Quente programa investir mais de R$ 640 milhões até 2020, nos segmentos hoteleiro, de entretenimento e imobiliário. Só em 2014, serão R$ 33,4 milhões. Para o grupo, fatores como incremento da renda, visibilidade dos grandes eventos e maior preparo da mão de obra vão suportar a demanda que está por vir.

 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Conferência Cetip de Renda Fixa reúne mais de 300 executivos

A importância da legislação e das políticas econômicas para o mercado de Renda Fixa

Professor de Direito da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, Zohar Goshen presidiu a entidade que regula o mercado de capitais israelense...

"Nosso sonho é ter recursos de longo prazo no mercado de Renda Fixa"

Acesso mais rápido aos recursos, menos burocracia e fontes variadas são os pontos positivos do mercado de Renda Fixa como fonte de captação,...


No último dia 14, ocorreu, no hotel Unique, em São Paulo, um evento que marcou o mercado de capitais. A Conferência Cetip de Renda Fixa, que ainda estava em sua primeira edição, trouxe debates de qualidade que efetivamente fizeram os participantes refletirem sobre o setor.

Com o mote "A experiência internacional aplicada ao Brasil", o evento contou com especialistas de renome brasileiros e também do exterior. Entre eles se destacam Barry Eichengreen, Zohar Goshen e Fernando Ferreira, que vieram à São Paulo somente para essa ocasião.

Nesta edição do Página Online você encontra algumas matérias da cobertura do evento. Aguarde que, em breve, a Cetip disponibilizará, em seu canal do You Tube, vídeos com entrevistas com alguns desses especialistas.

Professor de Direito da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, Zohar Goshen presidiu a entidade que regula o mercado de capitaisense entre 2008 e 2011 e foi um dos principais palestrantes da Conferência Cetip de Renda Fixa. Sua apresentação teve como tema a importância da legislação e das políticas econômicas para o mercado de Renda Fixa em países em desenvolvimento. Confira duas perguntas que fizemos a ele.

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Acesso mais rápido aos recursos, menos burocracia e fontes variadas são os pontos positivos do mercado de Renda Fixa como fonte de captação, destaca Mario Sampaio, Head de Mercado de Capitais e RI da Sabesp. Por outro lado, os pontos negativos, na opinião dele, são custo elevado e prazos inadequados.

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A Gestão de Colateral no Brasil, agora com o uso de garantias para operações de derivativos, por meio da plataforma Cetip | Colateral, foi destaque nos discursos dos especialistas reunidos na Conferência Cetip de Renda Fixa. Mais agilidade, transparência e redução de custos foram as principais vantagens apontadas com a nova plataforma. "Teremos uma nova dinâmica no mercado com o registro eletrônico automático", comenta Luis Kondic, coordenador do Subcomitê de Derivativos de Balcão da Anbima e superintendente de Produtos de Tesouraria do Citibank.

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Mudanças estruturais, regulatórias e um ambiente favorável. Estes fatores, embora colaborem para um mercado secundário de renda fixa em expansão, são insuficientes para garantir a liquidez necessária e estimular a compra dos ativos. O que conta mesmo, na visão de Leandro Miranda, Head de Renda Fixa do Bradesco BBI, é o número de investidores pessoas físicas no mercado, ainda pequeno. Em sua participação no painel "Produtos e Infraestrutura estão adequados?", Miranda deu como exemplo uma emissão de debênture incentivada da Vale, feita em janeiro e estruturada pelo Bradesco BBI, que contou com cinco mil CPFs na operação. "São cinco mil pessoas comprando na emissão primária, o que refletiu no mercado secundário. Hoje, temos mercado secundário girando o papel todos os dias", comenta o executivo.

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Os instrumentos de securitização terão de continuar ganhando cada vez mais espaço no mercado brasileiro. Só assim, de acordo com Alexandre Assolini - sócio do escritório de advocacia PMKA e palestrante no painel "Como dinamizar o financiamento do mercado imobiliário"-, será possível reduzir o histórico déficit imobiliário do país, ampliando a capacidade de emprestar novos recursos para o setor.

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terça-feira, 13 de maio de 2014

Abilio é sondado para assumir direção do Carrefour no Brasil

http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/abilio-e-sondado-para-assumir-direcao-do-carrefour-no-brasil

São Paulo - O empresário Abilio Diniz, ex-dono do Grupo Pão de Açúcar e atual presidente do conselho de administração da empresa de alimentos BRF, já começa a preparar terreno para voltar ao varejo.

Fontes ouvidas pelo jornal O Estado de São Paulo afirmaram que o empresário teria desembolsado aproximadamente US$ 1 bilhão para a compra de quase 3% das ações do Carrefour.

Diniz também teria contratado assessoria do executivo Caio Mattar, que foi um dos seus braços direitos no GPA, para a venda de suas lojas alugadas ao Pão de Açúcar.

Com a venda dessas lojas, cerca de 60 unidades, o empresário levantaria aproximadamente R$ 2,5 bilhões, o que daria mais liquidez para obter perto de 6% das ações na rede de varejo francesa.

Fontes afirmaram que Abilio Diniz quer adquirir a mesma fatia da família francesa Moulin, proprietária da loja de luxo Galeries Lafayette, no Carrefour.

Em abril, a família Moulin informou ao mercado a aquisição de 6,1% no Carrefour S/A, por meio da Motier Holding, tornando-se o terceiro maior acionista da varejista, atrás do grupo de private equity Colony Capital LLC e da holding do empresário francês Bernard Arnault.

Para adquirir uma participação parecida, Abilio Diniz teria de levantar quase R$ 4 bilhões, segundo fontes de mercado.

As vendas das lojas renderiam aproximadamente R$ 2,5 bilhões, mas essa operação não está vinculada à compra dos papéis do Carrefour.

O GPA tem o direito de preferência para a compra desses imóveis, que já teriam sido oferecidos ao Kinea ( fundo de investimento do Itaú), à BR Properties e a fundos de pensão.

Procurados, a assessoria de Abilio Diniz, o executivo Caio Mattar, Kinea, BR Properties e o Carrefour não quiseram comentar o assunto.

Na semana passada, o empresário levantou quase R$ 820 milhões com a venda de 7,9 milhões de ações preferenciais que detinha no GPA.

Outros membros da família Diniz continuarão a ser acionistas do GPA, mas não deram direito de "lock-up" (comprometimento de não venda dos ações).

A assessoria de imprensa da Península, empresa responsável pelos investimentos dos Diniz, disse que essa venda fez parte de um processo de "diversificação do portfólio" da família, e que esses recursos seriam destinados a reforçar a estratégia de investimentos em novos negócios, sem fornecer mais detalhes.

Direitos especiais

Há meses Abilio Diniz tem sido cortejado pelo presidente da rede varejista francesa Carrefour, Georges Plassat, para assumir a direção da companhia no Brasil.

No fim do ano passado, Plassat jantou com Pércio de Souza, dono da butique de investimento Estáter, que assessorou Diniz na operação com o Casino e em outros negócios.

À época, o empresário não se interessou pela proposta, uma vez que já havia negociado sua entrada na BRF, na qual injetou R$ 1 bilhão. Procurada, a Estáter também não comentou o assunto.

Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, Abilio Diniz voltou a falar com Plassat nas últimas semanas e, ao comprar uma participação na rede francesa, estaria negociando em troca direitos especiais de gestão da rede varejista no Brasil.

"Ele faria parte do conselho do Carrefour lá fora, seria presidente do conselho no País e teria direito a indicar o presidente (o nome de Antonio Ramatis, ex-presidente da Via Varejo, foi especulado pelo mercado)", diz uma fonte.

Plassat busca um gestor forte para mudar a gestão do Carrefour no País e preparar a empresa para ir à Bolsa em 2015. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Oportunidades nos fundos imobiliários

  08/05/2014 - 05:00

Por José Alberto Diniz

O primeiro fundo imobiliário disponível ao público em geral está fazendo um aniversário importante: trata-se do FII Pátio Higienópolis, que completa em 2014 seus primeiros 15 anos de vida. Desde seu lançamento, o fundo acumula uma rentabilidade média de 24,7% ao ano (variação das cotas mais o rendimento mensal), tornando-se um dos fundos imobiliários mais admirados do mercado.

Esse fenômeno não é exclusivo do Higienópolis. Entre 2005 e 2012, os fundos imobiliários acumularam uma rentabilidade média anual de 28,8% contra 12,0% do CDI e 11,1% no Ibovespa. Nesse mesmo período, o FII Pátio Higienópolis acumulou média anual de 30,2%. Foi um retorno excepcional que contribuiu enormemente para aumentar a popularidade, o número de fundos listados, a liquidez e fez dobrar a base de cotistas, ultrapassando os 104 mil investidores individuais ao fim de 2012.

São 123 fundos imobiliários listados e disponíveis aos investidores. Desses, pouco mais que 60 fazem parte do Ifix, índice oficial da BMF&Bovespa. A maioria deles é composta pelos tradicionais fundos de renda, em que os imóveis pertencentes ao fundo já geram um aluguel mensal aos cotistas. Temos também no Ifix os fundos de renda garantida, alguns poucos de incorporação, fundos de fundos e fundos de recebíveis imobiliários.

Entretanto, no Brasil, o preço dos fundos tem sido fortemente influenciado pelas variações das taxas de juros do mercado, ao contrários dos EUA, onde o resultado operacional dos fundos é a principal alavanca de rentabilidade.

Por conta desta peculiaridade do nosso mercado e do grande aumento da taxa Selic e dos juros de longo prazo, aliados a seguidas revisões para baixo nas estimativas do PIB e ao aumento da oferta de novas lajes corporativas, há um temor no mercado de fundos imobiliários. A partir de fevereiro de 2013, as cotas dos fundos passaram a cair e acumularam uma queda de 12,6% em 2013.

Em 2014, o panorama começou de mesma forma e o Ifix chegou a acumular em meados de fevereiro 10,4% de queda no ano, até que os investidores começaram a perceber que havia uma grande oportunidade de investimento pela frente: um índice com queda acumulada de 21,7% entre 2013 e 2014 e vários fundos com baixa ainda mais expressiva, de até 40%.

Analisamos diversos componentes que influenciam a cota: taxa de juros, valor de locação, taxa de vacância, preço de compra e venda de ativos etc., com o intuito de determinar quais variáveis possuem maior correlação com a cotação e retorno dos fundos. Detectamos uma altíssima correlação (r = 0,95) entre as taxas de juros (Selic e NTN-B) e o retorno no mercado secundário, comprovando a percepção do mercado e investidores.

Analisamos com mais profundidade 13 fundos imobiliários que possuem exclusivamente lajes comerciais e as conclusões foram surpreendentes: esse conjunto de fundos, que tem um valor de mercado próximo a R$ 3 bilhões, havia acumulado uma queda média de 31% nos últimos 12 meses, levando o múltiplo P/B (valor de mercado versus valor contábil) a apenas 0,72. Isso significa que o comprador das cotas desses fundos no mercado secundário estaria adquirindo um ativo por um valor bem abaixo do valor patrimonial. Esse mesmo conjunto de fundos tinha um preço médio das suas lajes de R$ 11,4 mil/m2, o que em muitos casos mal conseguia cobrir o custo de reposição das mesmas lajes.

A comparação fica mais surpreendente quando analisamos outros imóveis comerciais à venda. Nas regiões nobres da cidade de São Paulo, esses imóveis raramente são vendidos a preços abaixo de R$ 16 mil por m2.

Analisamos a distribuição de rendimentos desses 13 fundos nos últimos 24 meses. Com raras exceções, os fundos têm conseguido aumentar a distribuição em termos nominais (em R$). Caso um cotista tivesse adquirido 1 cota de cada um desses fundos no início dos 24 meses ou na data de início de negociação (para aqueles que possuem negociação em período menor) teria recebido neste último mês 36,5% a mais do que no início desse período. Mesmo excluindo o FII The One, que teve um grande aumento na distribuição por conta das lajes locadas, a média dos 12 fundos restantes teria tido um acréscimo de 19% nos 24 meses.

Avaliamos também os indicadores dos fundos americanos (REITs ou real estate investment trusts), um setor maior e mais maduro que o nosso. Concluímos que a taxa de juros de longo prazo nos EUA (Treasury), ao contrário do que ocorre no Brasil, não é o principal parâmetro de referência que guia a rentabilidade do fundo. Naquele mercado, o desempenho operacional do fundo é um indicador relevante e que guia o valor da cota.

E o futuro?

No Brasil, o desempenho operacional tem pouco influenciado na cotação. Mesmo assim, acreditamos que, à medida que o setor de fundos imobiliários amadureça e os cotistas passem a compreender melhor a dinâmica desses fundos, nós possamos ter uma maior correlação entre o valor das cotas e o desempenho operacional que tem sido, via de regra, bastante satisfatório.

Neste cenário, o Ifix passaria a ter um comportamento mais próximo do mercado imobiliário, refletindo a expectativa de desempenho operacional de cada fundo e seus ativos. De qualquer maneira, sempre será relevante monitorar o comportamento das taxas de juros, pois ainda poderão impactar nas cotações.

José Alberto Diniz é sócio-diretor de Investimentos Imobiliários da Rio Bravo

E-mail: fundosimobiliarios@riobravo.com.br

Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

 

Prefeitura do Rio desapropria imóveis centenários comprados por fundo de investimentos

http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/prefeitura-do-rio-desapropria-imoveis-centenarios-comprados-por-fundo-de-investimentos-06052014

Mais oito imóveis centenários localizados na rua da Carioca, centro do Rio de Janeiro, foram desapropriados nesta terça-feira (6) pela prefeitura. No fim do mês de março, já havia sido desapropriado o local onde, desde 1887, funciona o tradicional Bar Luiz.

Os sobrados pertenciam ao Opportunity Fundo de Investimento Imobiliário, que adquiriu cerca de 20 imóveis no lado ímpar da rua. A medida visa a preservar estabelecimentos centenários. Devido aos altos custos dos aluguéis cobrados pelo Opportunity, comerciantes anunciaram, no mês passado, que poderiam encerrar suas atividades.

Esses nove prédios foram tombados pela Prefeitura do Rio em junho do ano passado, quando foi criado o Sítio Cultural da Rua da Carioca. No decreto, a prefeitura preservou tanto os casarões quanto a atividade econômica desenvolvida neles.

O presidente da Sarca (Sociedade de Amigos da Rua da Carioca e Adjacências), Roberto Cury, explicou que vários imóveis fechariam as portas nesta semana e que outros nove não têm condições de pagar os valores cobrados pelo proprietário.

— O Opportunity está cobrando preços astronômicos nos aluguéis. Tem imóveis que eles chegaram a cobrar R$ 80 mil de aluguel. Fomos atendidos pelo prefeito [Eduardo Paes] e isso nos trará um alívio, mas parcialmente, pois os outros lojistas não estão suportando os valores dos aluguéis.

Cury alegou que a venda dos imóveis foi ilegal, pois a Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, antiga proprietária dos terrenos, não deu preferência de compra aos inquilinos, conforme estabelece a lei.

— Os 42 imóveis, em 13 ruas distintas do centro, foram oferecidos para um só comprador por R$ 54,8 milhões. É ilegal essa oferta, pois não estamos falando de um único prédio.

De acordo com Cury, seria impossível que um único proprietário comprasse o bloco de imóveis.

A assessoria do Opportunity informou que o fundo soube hoje, pela imprensa, do decreto que desapropria os imóveis da Rua da Carioca, por isso ainda não se posicionou sobre o assunto. Ainda de acordo com a assessoria do fundo, os imóveis, que foram comprados em agosto de 2012, estão “muito mal conservados e com aluguéis abaixo do justo valor”, o que causou dificuldades à Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência. O Opportunity defendeu que alguns estabelecimentos usam a imprensa sob o pretexto da preservação da memória da cidade para justificar a falta de pagamento de aluguel.