terça-feira, 26 de novembro de 2013

EZTec compra terreno para seu maior projeto

 

26/11/2013
Autor: Chiara Quintão 
Fonte: Valor


A EZTec anunciou, ontem, a compra de terreno de quase 18 mil m2, no qual será realizado o maior desenvolvimento futuro das áreas que possui. Denominado Chucri Zaidan, o terreno, que pertencia à fabricante de rolamentos Timken, está localizado na região da Operação Urbana Água Espraiada, na zona Sul da cidade de São Paulo. A área corresponde a 19% do banco de terrenos da incorporadora.

O projeto ainda não foi definido, mas deve ter parcelas residencial e comercial de alto padrão, com possibilidade de incluir um hotel. O lançamento está previsto para ocorrer em três anos.

O empreendimento de uso misto a ser desenvolvido na área terá Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 900 milhões. Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da EZTec, Emilio Fugazza, o custo total do terreno, dos certificados adicionais de potencial construtivo (Cepac) e de descontaminação será de R$ 170 milhões.

A área foi comprada em dinheiro, em 24 vezes, com correção por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “O pagamento será feito com a geração de caixa da companhia, sem dívida ou permuta”, diz o executivo. Com a aquisição, o banco de terrenos na incorporadora passa a corresponder ao VGV potencial de R$ 4,8 bilhões.

O projeto terá margens semelhantes às obtidas pela companhia nos últimos trimestres, de acordo com o diretor de relações com investidores. A meta de margem bruta da EZTec é de 40%, mas a empresa tem apresentado rentabilidade média superior a 50%.

O terreno fica na Chácara Santo Antonio, em frente ao maior projeto já em desenvolvimento pela incorporadora, o EZTowers. Fugazza citou que a expectativa é que haja migração de empresas para a região, em função da infraestrutura a ser oferecida.

O diretor de relações com investidores da EZTec reiterou a perspectiva que o ponto médio da meta de lançamentos da companhia, de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,4 bilhão, seja atingido até o fim de novembro.

 

 

sábado, 23 de novembro de 2013

BR Properties vende R$ 3,18 bilhões em ativos imobiliários

21/11/2013
Autor: Daniela Meibak 
Fonte: Valor


SÃO PAULO – A BR Properties anunciou a venda de 100% dos ativos imobiliários de galpões industriais e de logística para a WTGoodman por R$ 3,18 bilhões. O negócio envolve 34 imóveis. A compradora é uma joint venture entre a Goodman, grupo australiano que atua no mercado de imóveis industriais e na gestão de fundos especializados, e a construtora WTorre.

Segundo a companhia, os recursos obtidos com a venda serão destinados à redução da dívida líquida, ao programa de recompra de ações e ao pagamento de dividendos aos acionistas. A operação está sujeita a aprovações contratuais, negociação de contratos definitivos e conclusão satisfatória de diligência a ser realizada pela WTGoodman.

Na reunião do conselho que aprovou o negócio, os administradores da BR Properties fizeram considerações por se tratar de uma operação relevante. Claudio Bruni, presidente da companhia, esclareceu que o negócio significará uma mudança importante para a empresa, que deixará de ter galpões e ativos de logística. “A aprovação significa uma atuação da empresa com um portfólio de propriedades que não terá mais um balanceamento entre escritórios, galpões e centros de distribuição e lojas de varejo”, diz Bruni, segundo ata da reunião do conselho.

Os termos da proposta, conforme considerou o executivo, reconhecem um valor acima daquele atribuído para a BR Properties no mercado de capitais. O atual valor de mercado da empresa é de R$ 5,62 bilhões.

Durante a reunião, o conselheiro Rodolpho Amboss questionou se alguém tinha conhecimento da situação de conflito de interesses envolvendo acionistas da empresa e o negócio proposto pela WTGoodman. Os conselheiros confirmaram desconhecer quaisquer situação de conflito de interesses.

O portfólio avaliado a valor justo da BR Properties, em setembro, era de R$ 13,8 bilhões. A dívida líquida da companhia estava em R$ 4,5 bilhões.

No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o lucro líquido da empresa foi de R$ 230 milhões e a receita ficou em R$ 700 milhões.

A WTorre é uma das grandes acionistas da BR Properties, com 6,86% do capital. O BTG é o maior acionista, com 24,5% do capital e a presidência do conselho de administração, hoje ocupada por André Esteves.

 

 

 

Mercado de fundos imobiliários se estabiliza e 'dividendo' deixa de subir em outubro

 

 

22/11/2013
Autor: Diego Lazzaris Borges 
Fonte: InfoMoney


De acordo com o Tlon, os preços das cotas de FII negociadas no mercado secundário na BM&FBOVESPA subiram 0,52% em outubro.

SÃO PAULO – O mercado de fundos imobiliários negociado na BM&FBovespa registrou, em outubro, a primeira valorização mensal no preço das cotas deste ano e o dividend yield (DY) médio cedeu pela primeira vez desde março, segundo informações do Portal Tlon. O DY mensal médio entre os FII marcou 0,77% em outubro, contra 0,78% no mês anterior. Já o DY anual (estimado) médio ficou em 8,75%, contra 8,90% em setembro.

De acordo com o Tlon, os preços das cotas de FII negociadas no mercado secundário na BM&FBOVESPA subiram 0,52% em outubro. “Como os rendimentos distribuídos pelos fundos tendem a não se alterar no curto prazo, as variações de preço de suas cotas se refletem diretamente em alterações no DY, que é definido pela razão entre os rendimentos e os preços das cotas”, ressalta o Tlon.

Com a mudança de tendência no DY médio, o spread entre o yield dos FIIs e a taxa DI registrou diminuição no último mês, passando de 2,1 p.p para  0,9 p.p (considerando a tributação mínima para títulos de renda fixa, de 15% e levando em consideração que os rendimentos dos fundos imobiliários são isentos de IR).

“Apesar da comparação aqui entre o retorno proveniente da distribuição de rendimentos e o de títulos de renda fixa, os investimentos em FII são de natureza híbrida em relação ao perfil de seu retorno (e risco) por terem componentes de renda fixa e de renda variável”, lembra o texto.

Veja abaixo a evolução ao longo dos últimos doze meses do DY mensal médio entre os FII e do retorno acumulado mensal da taxa DI líquida:

 

 

 

 

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Sonae Sierra investe R$ 470 milhões em novo shopping

12/11/2013
Autor: EXAME 
Fonte: EXAME


A empresa portuguesa Sonae Sierra, proprietária de shoppings em vários países, anunciou nesta segunda-feira a inauguração de um novo grande estabelecimento no Brasil, no estado de Goiás, onde investiu 150 milhões de euros (aproximadamente R$ 470 milhões).
Com 267 lojas e 78 mil metros quadrados, o novo espaço criará mais de 6.300 empregos, afirmou a empresa em comunicado. O Passeio de Águas Shopping está em uma área com 1,6 milhões de habitantes.
Segundo o presidente de Sonae Sierra, Fernando Oliveira, o empreendimento “reforça o grande compromisso” com o “estratégico” mercado brasileiro.
A empresa do grupo Sonae e do britânico Grosvenor já investiu mais de 351 milhões de euros (R$ 1,09 bilhão) no Brasil nos últimos dois anos, onde agora controla dez shoppings.
Durante 2013, a empresa portuguesa, que faturou 5,1 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, 70% menos que no mesmo período de 2012, e vendeu também sua participação em um dos empreendimentos que controlava na Espanha, o das Astúrias, em troca de 141 milhões de euros (R$ 442 milhões).
Além disso, a empresa tem 21 shoppings em Portugal, cinco na Itália, três na Alemanha, um na Grécia e outro na Romênia e também presta serviços para outras companhias no Chipre, na Croácia, no Marrocos e na Colômbia.

 

 

domingo, 10 de novembro de 2013

BNDES aprova R$ 132 mi para construir 2 hotéis no Rio

08/11/2013
Autor: EXAME 
Fonte: EXAME


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta quinta-feira, 7, a aprovação de dois financiamentos, no valor total de R$ 132 milhões, para a construção de dois hotéis no Rio: o Windsor Mar da Barra Hotel e o Arena Leme Hotel.
O novo Windsor Mar da Barra Hotel receberá empréstimo de R$ 102,8 milhões, com repasse indireto pelo Itaú BBA. A verba vem do Programa BNDES de Turismo para a Copa do Mundo de 2014 (BNDES ProCopa Turismo) e corresponde a 48% do investimento total.
O novo Windsor Mar da Barra ficará na Avenida Lúcio Costa, antiga Avenida Sernambetiba, a rua da praia da Barra e do Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste.
Serão 496 quartos, salão de convenções, restaurantes, espaços de lazer e estacionamento. As obras começaram em outubro de 2011.
O outro projeto de estabelecimento de hospedagem a ser financiado pelo banco de fomento é o Arena Leme Hotel, na zona sul da capital fluminense, com R$ 29,2 milhões, ou 45% do valor total a ser investido.
De acordo com o BNDES, o hotel terá padrão de médio-luxo e ficará na Avenida Atlântica, com 164 apartamentos distribuídos em 12 pavimentos.
O projeto inclui piscina, academia de ginástica, restaurante, área de lazer de frente para o mar e garagem.

 

 

Lucro ajustado da Iguatemi sobe 67,7% no 3º trimestre

08/11/2013
Autor: EXAME 
Fonte: EXAME


A administradora de shopping centers Iguatemi registrou um aumento de 67,7 por cento em seu lucro líquido ajustado, totalizando 44,963 milhões de reais, informou a empresa na noite de quinta-feira.
O valor é ajustado para a venda do Boulevard Rio Iguatemi no terceiro trimestre de 2012. Sem considerar essa operação, que impulsionou o resultado de um ano atrás, a Iguatemi teve queda de 65 por cento no lucro líquido.
A geração de caixa media pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) também ajustado subiu 36,5 por cento, para 77,68 milhões de reais.
A receita líquida, por sua vez, subiu 8,4 por cento na mesma base de comparação, para 113 milhões de reais.
De julho a setembro, as vendas dos shoppings da empresa totalizaram 2,17 bilhões de reais, alta de 9,5 por cento na comparação com igual período de 2012.
Já as vendas mesmas lojas, que considera aquelas em operação há pelo menos 12 meses, subiram 8,1 por cento, enquanto os aluguéis mesmas lojas tiveram alta de 8,4 por cento.
A empresa reiterou a estimativa de crescimento entre 15 e 20 por cento na receita líquida em 2013, assim como margem Ebitda entre 70 e 72 por cento. Para 2014, a companhia espera Ebitda entre 450 milhões e 500 milhões de reais, com margem entre 72 e 75 por cento.
"Nosso guidance (estimativa) de longo prazo implica que cresceremos mais forte em 2014 do que em 2013 e que cresceremos de 23 a 29 por cento por ano entre 2012 a 2014″, informou a Iguatemi no balanço.
A empresa manteve estimativa de distribuir, no mínimo, 0,315 real por ação até 2014 em dividendos ou juros sobre capital próprio.

 

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Captação da poupança bate recorde para outubro e supera R$ 50 bi no ano

06/11/2013
Autor: G1 
Fonte: G1 globo.com


O ingresso de recursos na caderneta de poupança continua batendo recordes e acumulando valores nunca antes atingidos neste ano, segundo números divulgados nesta quarta-feira (6) pelo Banco Central.
Com o ingresso de recursos em outubro deste ano, junto com o rendimento creditado na conta dos poupadores, o volume total de recursos aplicados na caderneta de poupança atingiu R$ 574 bilhões
Em outubro, os depósitos superaram as retiradas em R$ 4,51 bilhões – o maior valor já registrado para este mês – e, no acumulado dos dez primeiros meses de 2013, R$ 53,45 bilhões ingressaram na mais tradicional modalidade de investimentos do país.
O resultado parcial deste ano também representa novo recorde histórico para o período, ao mesmo tempo em que a captação da poupança (depósitos menos retiradas) também superou, pela primeira vez, a marca dos R$ 50 bilhões em um ano fechado.
De janeiro a outubro do ano passado, ainda segundo informações da autoridade monetária, R$ 36,47 bilhões ingressaram na poupança. Em todo ano de 2012, por sua vez, os depósitos superaram as retiradas em R$ 49,71 bilhões. A série histórica da autoridade monetária para este indicador começa em 1995.
Em outubro, de acordo com o BC, os depósitos na caderneta de poupança somaram R$ 125,82 bilhões, novo recorde histórico para todos os meses, ao mesmo tempo que as retiradas de recursos totalizaram R$ 121,31 bilhões. Já o volume dos rendimentos creditados nas contas dos investidores somou R$ 2,85 bilhões no mês passado.
Com o ingresso de recursos em outubro deste ano, junto com o rendimento creditado na conta dos poupadores, o volume total de recursos aplicados na caderneta de poupança atingiu R$ 574 bilhões no fim do mês passado. No fechamento de 2012, o estoque de recursos na poupança totalizava R$ 496 bilhões e, em setembro, atingiu a marca dos R$ 566 bilhões.
saiba mais
Dados do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), consolidadas pelo Banco Central, mostram que a caderneta de poupança continua atraindo milhões de pessoas. No fim de 2012 (último dado disponível), 108,9 milhões de pessoas possuíam valores depositados na caderneta de poupança.
Mesmo com a alta dos juros básicos da economia, definidos a cada 45 dias pelo Banco Central, para 9,5% ao ano no mês passado, os rendimentos da caderneta de poupança continuaram “interessantes” frente aos fundos de renda fixa, segundo estudo divulgado pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Em maio do ano passado, o governo mudou as regras de remuneração da poupança. O rendimento passou a ser atrelado aos juros básicos da economia, rendendo 70% da aplicação, mais a Taxa Referencial, quando a taxa básica fixada pelo Banco Central estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano. Isso para aplicações feitas de 4 de maio de 2012 em diante (nova poupança).
Especialistas avaliam que, independentemente do rendimento, a caderneta de poupança ainda é uma boa opção de investimento para pequenos poupadores, para pessoas que buscam aplicações de curto prazo ou que procuram formar um “fundo de reserva” para emergências – uma vez que não há incidência do Imposto de Renda.
Nos fundos de investimento, ou até mesmo no Tesouro Direto, programa do governo de compra de títulos públicos pela internet, há cobrança do IR e, na maior parte dos casos, de taxa de administração. Nos fundos de investimento e no Tesouro Direto, o IR incide com alíquota regressiva, ou seja, quanto mais tempo os recursos ficarem aplicados, menor é o valor da alíquota incidente no resgate.

 

 

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Fortesec emite primeira série de CRI

A Forte Securitizadora realizou no último mês (20/10) sua primeira emissão de CRI, no valor de R$ 48,0 milhões. O lastro da operação consiste em uma CCB emitida pela Alphaville Urbanismo (devedora) em favor da Companhia Hipotecária Brasileira (cedente), representada por uma CCI. A série única de títulos tem dez anos de duração. A rentabilidade-alvo da operação é atrelada ao IGP-DI com acréscimo de 8,946% de juros a.a.. A operação conta com cessão fiduciária de fração de recebíveis oriundos de contratos de comercialização de lotes de propriedades da Alphaville e um fundo de despesas no valor de R$ 120.000,00.

 

Fonte: Uqbar

 

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Shopping Higienópolis atrai JHSF e Iguatemi

04/11/2013
Autor: Adriana Mattos 
Fonte: Valor


A guerra dos shoppings de luxo pode ter chegado ao Shopping Pátio Higienópolis, empreendimento que atende as classes de alta renda na zona oeste de São Paulo. A JHSF, de José Auriemo Neto, concluirá em breve a compra de fatia minoritária do Higienópolis, pertencente à Fundação Conrado Wessel, por R$ 350 milhões e o grupo Iguatemi, de Carlos Jereissati, venceu dias atrás a concorrência para administrá-lo.

Auriemo e Jereissati praticamente não se falam e são ferrenhos rivais. O primeiro é dono do Cidade Jardim e o outro tem metade do JK Iguatemi e controla o Iguatemi São Paulo. No Higienópolis, agora, a empresa de Jereissati vai gerir uma operação da qual a JHSF, de Auriemo, pretende ser sócia.

É uma situação atípica. Ambos nunca tiveram negócios em comum. Mas ainda é possível que esse cenário mude.

A venda da participação à JHSF – 17% do Higienópolis 1 e 21% do Higienópolis 2, a parte mais nova do shopping – ainda não foi concluída, pois depende de condições e diligências em curso. A JHSF quer pagar uma parte do total (R$ 200 milhões) na forma de ativos à Fundação Conrado Wessel e o restante em dinheiro. Não chega a ser algo inédito nesse mercado, e as negociações devem ser concluídas, segundo um interlocutor.

A questão é que, ao mesmo tempo, a Iguatemi não pretende, a princípio, ser apenas a gestora do Higienópolis, num contrato ao redor de R$ 400 mil ao mês, negócio pequeno perto da estrutura da Iguatemi, segundo fontes próximas. A empresa considera a possibilidade de, a curto e médio prazo, adquirir uma fatia do shopping, que tem diversos sócios e uma complexa composição acionária. A Iguatemi não administra nenhum shopping hoje em que não seja também acionista – e em só 5 dos 14 empreendimentos em que é sócia tem menos de 50%. A hipótese, porém, de que Jereissati e Auriemo se tornem sócios é algo visto como, no mínimo, inusitado.

A entrada da Iguatemi na gestão é vista como uma oportunidade para estar dentro do Higienópolis – numa polêmica concorrência pelo contrato.

A Iguatemi tornou-se a gestora do shopping, em anúncio feito na semana passada, no lugar exatamente da JHSF. Aliansce, Lumine, JHSF e Iguatemi estavam na disputa. Um participante chegou a oferecer taxa de administração de 3% (a média no mercado é 6%) só para ficar com a gestão. Mas a Iguatemi venceu. O Valor apurou que um dos sócios do Higienópolis, a Braz Participações, estaria insatisfeita com os serviços da JHSF e sugeriu a abertura de uma concorrência. A Brookfield, outra sócia, apoiou a entrada da Iguatemi.

A JHSF já negociava a compra de uma participação no Higienópolis na época, por isso os sócios entenderam que existiria conflito de interesses na sua permanência na disputa pela gestão.

Na prática, isso é comum no mercado – gestoras são frequentemente sócias também. O problema é que a Brookfield, com 30% do Higienópolis, foi tirada por sócios da gestão do shopping em 2012 pela mesma razão. Era acionista e administradora ao mesmo tempo.

Nos bastidores, antes de ser aberta a concorrência, a JHSF chegou a negociar com a Braz Participações para adquirir as ações da empresa no shopping, cerca de 25%, segundo uma fonte ouvida. Não se entenderam em relação aos valores e a conversa não avançou. A partir dali, JHSF e a fundação aprofundaram as negociações. No fim das contas, enquanto a JHSF anunciava no dia 16 o acordo para a compra de parte do Higienópolis, uma semana depois a Iguatemi informava a sua entrada na gestão.

Além de um possível interesse da Iguatemi na sociedade com o Higienópolis, ainda há outra questão na mesa que complica mais esse cenário. Os atuais sócios do Higienópolis têm direito de preferência numa eventual compra de participação de qualquer sócio. Eles podem adquirir uma fatia na proporção da participação que cada acionista tem no empreendimento. E o Higienópolis tem controle bem pulverizado. São duas empresas, Higienópolis 1 e 2, com sócios como administradora de bens, fundos imobiliários e até uma empresa agrícola. Os dois maiores sócios são a Brookfield e a Conrado Wessel.

Os sócios terão que analisar se interessa a eles exercer esse direito. Supondo que a Iguatemi faça um movimento de compra de uma fatia, teria que, da mesma forma, seguir essa determinação. O Valor apurou que a Braz aceitaria vender seus 25% no Higienópolis. Procurada, a empresa não retornou os contatos da reportagem. A Brookfield também não descartaria a hipótese de vender a sua fatia. Em 2012, vendeu o Brascan Open Mall, o Botafogo Praia Shopping e o Itaú Power Shopping.

Questionada sobre o seu interesse no Higienópolis, a Iguatemi informa que não comenta rumores de mercado. A Brookfield nega que possa negociar a venda de sua participação no empreendimento.

 

 

WTorre analisa venda de fatia no JK

 

04/11/2013
Autor: Adriana Mattos 
Fonte: Valor


O empresário Walter Torre tem buscado interessados na compra da participação de 50% da WTorre no shopping JK Iguatemi, em São Paulo, apurou o Valor. O empreendimento custou cerca de R$ 320 milhões, num dos maiores investimentos do setor nos últimos anos, e o seu controle é dividido, em partes iguais, entre a WTorre e a Iguatemi Empresa de Shopping Centers, de Carlos Jereissati.

A Iguatemi tem direito de preferência na compra, segundo acordo de acionistas, e está em negociação com a WTorre para exercer a opção. A empresa dos Jereissati já é a responsável pela gestão do empreendimento. Segundo fontes ouvidas, a WTorre quer entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão pelos 50%.

O cálculo feito pela empresa leva em consideração uma receita de aluguel anual do JK Iguatemi de R$ 40 milhões (ou metade da receita total de R$ 80 milhões) multiplicado por 18 vezes (o índice calculado pela empresa para a venda), atingindo a soma de R$ 720 milhões. Esse múltiplo de 18 foi teve como base uma taxa de capitalização (“cap rate”) de 5,5% para o JK no ano. O “cap rate” é a taxa de rendimento anual de um imóvel.

Uma soma entre R$ 700 milhões e R$ 800 milhões pela metade do JK estaria mais próxima da análise do valor de mercado do empreendimento, na faixa de R$ 1,4 bilhão, segundo cálculos de um empresário próximo ao grupo Iguatemi.

Procurada, a WTorre informa que não localizou porta-voz para comentar a informação. A Iguatemi, em nota, informa que não comenta rumores de mercado.

Segundo informações apuradas pelo Valor, a Iguatemi já teria oferecido R$ 400 milhões para assumir a participação da WTorre, mas o valor foi considerado baixo pelo sócio. A Iguatemi pode montar um veículo de investimento, em sociedade com fundos, para a compra da fatia restante, num valor mais próximo da soma pedida pela WTorre.

Segundo um interlocutor, para o acerto entre as partes, a questão é apenas chegar a um preço ideal para os dois lados. No entanto, não há pressa em se desfazer do negócio “a qualquer preço” por parte da Walter Torre, de acordo com uma fonte ouvida pela reportagem.

Se as conversas avançarem, os recursos com a venda devem ser aplicados para reforçar o caixa da WTorre. Há dois anos, a empresa se associou ao BTG Pactual numa operação em que o banco ficou com 65% da companhia resultante da união de ativos das companhias. Naquele momento, a estratégia definida pela WTorre passava pela busca de parcerias e venda de ativos no mercado.

Fundos soberanos asiáticos também teriam sido contatados pela construtora nas últimas semanas, para que avaliassem a hipótese de uma oferta pelos 50% do JK, um dos maiores shoppings do portfólio do Iguatemi. A WTorre pode apresentar à Iguatemi a proposta de uma empresa ou investidor interessado no ativo e, se a Iguatemi não puder oferecer o mesmo valor, a WTorre tem o direito de fechar o acordo. Mas interlocutores ligados à negociação consideram pouco provável que um investidor de fora feche negócio.

O potencial de crescimento do JK Iguatemi é um atrativo, mas pesa de forma contrária o fato de um novo comprador ter que dividir a sociedade do JK com a Iguatemi, sem poder interferir na gestão da empresa, à cargo da companhia dos Jereissati. Isso afasta o interesse especialmente das empresas brasileiras de shoppings, que preferem controlar negócios que elas também possam administrar.

O JK Iguatemi, inaugurado em junho de 2012, é o quarto maior em área (com 35 mil metros quadrados) no portfólio do Iguatemi e o maior shopping da WTorre. Voltado para um público de alta renda, o empreendimento atraiu marcas que não operavam no Brasil até então e concorre de forma direta com um dos mais rentáveis empreendimentos do próprio grupo Iguatemi: o Iguatemi São Paulo.

Balanço de resultados da WTorre Iguatemi Empreendimentos Imobiliários (refere-se apenas à operação do JK) publicado em abril informa que a empresa apurou receita líquida de R$ 33 milhões em 2012, com lucro de R$ 3 milhões. Não há comparação com o ano anterior porque o shopping, inaugurado em junho, operou por cerca de seis meses em 2012.

A taxa de lucro líquido operacional do JK reportada pela Iguatemi no segundo trimestre ficou em 72,8%, abaixo da média da empresa, de 86,7%, como ocorre em empreendimentos novos.